Open space é uma expressão que transcende as fronteiras linguísticas e ganha vida no universo do design de interiores – e nos nossos Pinterest boards 😆
É uma solução cada vez mais usada nas casas modernas, na qual a cozinha, a sala de estar e a sala de jantar se fundem harmoniosamente, de forma a criar um espaço mais amplo e luminoso, capaz de atender a múltiplas funções, como refeições, descanso, lazer e momentos passados em boa companhia.
No entanto, se estão a pensar em adotar este layout, é provável que já se tenham deparado com algumas dúvidas: Posso demolir todas as paredes? Os odores e ruídos vão espalhar-se pela sala? O que posso fazer se precisar de alguma privacidade? Como posso integrar a cozinha nos restantes ambientes? Devo optar por uma ilha?
Estas são algumas das questões que vamos abordar ao longo deste artigo, onde oferecemos não só insights da nossa equipa, mas também exemplos inspiradores para tirarem ideias para os vossos projetos 🥰. No final, terão mais informação para decidirem se devem abraçar esta transformação – e como fazê-lo!
Por isso, continuem a ler e venham descobrir todos os segredos para criar um open space bonito e funcional, com as dicas valiosas da nossa diretora criativa, Rita 😀
Vantagens e Desvantagens de ter uma Cozinha em Open Space
Antes de começarmos a demolir paredes e dar as boas-vindas a um espaço aberto nas nossas casas, é essencial pesar os prós e contras. O open space apresenta vantagens para além da estética moderna. A sensação de amplitude e a entrada de mais luz natural são aspectos positivos que podem fazer a diferença num espaço. Outra vantagem evidente é a otimização do espaço, especialmente em casas pequenas, já que um open space faz com que cada metro quadrado pareça maior. A luz atravessa os espaços de forma magnífica, tornando qualquer cozinha ainda mais luminosa e agradável à vista. Além disso, ao abrir as divisões, passamos imediatamente a criar maior fluidez e liberdade de circulação, e os ambientes tornam-se mais arejados, versáteis e informais.
Para os amantes do convívio, tanto no dia a dia com a família, como em jantares com amigos, as cozinhas em open space são como um paraíso terrestre. “A capacidade de interagir enquanto preparam refeições é uma vantagem marcante e, se houver crianças no cenário, torna-se uma forma de as supervisionar mais facilmente” refere a Rita. A comunicação e socialização reinam neste tipo de espaço, todas as atividades se tornam mais interativas. Lembram-se de quando ficavam sozinhos na cozinha, enquanto todos os outros se divertiam na sala? Com um open space, esses tempos acabaram 😄
Claro que eliminar a parede que separa os dois espaços também pode trazer algumas desvantagens. O desafio de manter a cozinha sempre arrumada e os cheiros que se propagam podem ser pontos a considerar. A ausência de paredes faz com que a cozinha esteja sempre visível e permite que a desarrumação viaje sem impedimentos; portanto, a escolha de soluções de arrumação fechada, nomeadamente móveis de cozinha com bastante espaço de arrumação, torna-se crucial. Mas podemos sempre encarar esta obrigação como uma motivação extra para manter a cozinha sempre organizada e apresentável 😅
Para lá da desarrumação, há que pensar também na questão que traz talvez a maior preocupação de todas: os cheiros e ruídos. Uma vez que a cozinha ficará totalmente exposta, os odores e sons que antes se limitavam à cozinha, agora têm um palco expandido. Por isso, investir num exaustor eficiente é imprescindível, assim como outros mecanismos que ajudem a controlar e disfarçar os odores. Se não tiverem um bom exaustor, é possível que o cheiro do jantar que prepararam vos acompanhe até ao sofá, enquanto relaxam e vêem a vossa série favorita. Um cenário que não é ideal, mas que pode ser contornado com elementos divisórios entre os espaços, por exemplo. Em vidro ou madeira, fixas ou de correr, as portas ou divisórias são úteis para isolar odores e ruídos, contribuindo para um ambiente mais harmonioso (e menos desarrumado!) em casa.
A capacidade de interagir enquanto preparam refeições é uma vantagem marcante e, se houver crianças no cenário, torna-se uma forma de as supervisionar mais facilmente
Como Saber se Posso Demolir a Parede?
Abrir paredes para criar um open space requer uma consideração cuidadosa. Não é apenas sobre “quanto mais aberto, melhor”. A ideia de uma cozinha aberta com a sala, é garantir que as mais-valias do espaços são realmente exploradas ao máximo, mas pensar que basta demolir uma parede e a vantagem está garantida é um equívoco comum, já que isso não é suficiente para ter um espaço adequado e funcional. Não existe uma “receita-layout” universal que funcione para todas as casas, cada espaço é único e a abordagem deve ser personalizada para garantir um resultado funcional e harmonioso.
A Rita dá um exemplo: “Imaginemos que a vossa casa tem um hall de entrada escuro, e que um dos problemas que procuram resolver é a luminosidade natural da casa. Nesse caso, porque não integrar o hall no open space? Pode parecer surpreendente, mas em certos casos pode funcionar.”
Planta original e após a remodelação da cozinha. Projetos realizados pela RIMA.
Por isso, consultar um especialista em design de interiores é essencial para assegurar uma transição harmoniosa entre os espaços e um layout verdadeiramente funcional. A decisão entre uma abertura total, a criação de três aberturas ou a instalação de uma ilha, deve ser guiada por um conhecimento técnico profundo da planta e da estrutura da casa. “Podemos referir que, em construções onde há pilares, é geralmente possível demolir todas as paredes. Normalmente, isso acontece em construções mais recentes, feitas a partir da década de 80, mas não é regra.” Por isso, aconselhamos sempre que consultem um especialista em design de interiores e arquitetura, antes de iniciarem qualquer obra.
Em que Casas se deve Optar pela Cozinha em Open Space?
Todos os espaços têm potencial para serem abertos. É sobretudo vantajoso em apartamentos com área reduzida, onde cada centímetro conta, e a zona da parede de separação entre a cozinha e a sala, ao ser convertida num espaço de refeições, ganha – pela união dos espaços – mais área. Esta solução de espaço é ótima desde que haja corredores largos para uma boa circulação. “Havendo pontos-chave afastados o suficiente para gerarem funcionalidade, é possível ter um fluxo de utilização que áreas separadas por paredes, por vezes, não proporcionam” refere a Rita.
Porém, acima de tudo, o mais importante é garantir que o layout escolhido responde às vossas necessidades, e isso requer uma abordagem especializada. A luz natural, a possibilidade de integrar halls de entrada e a consideração cuidadosa das portas, são fatores a serem cuidadosamente avaliados. A orientação de um profissional é fundamental porque permite um melhor resultado tanto a nível do design quanto da funcionalidade.
Havendo pontos-chave afastados o suficiente para gerarem funcionalidade, é possível ter um fluxo de utilização que áreas separadas por paredes, por vezes, não proporcionam
A cozinha passou de uma área estritamente funcional para um espaço social, onde cozinhamos, comemos e convivemos – e as possibilidades são ainda maiores num open space
Coordenar as Cores e Materiais
Nos dias de hoje, a cozinha não é apenas um espaço de preparação de refeições, mas um ponto focal de design. A Rita destaca como esta divisão evoluiu ao longo do tempo, tornando-se na divisão mais querida por todos na casa: “A cozinha passou de uma área estritamente funcional para um espaço social, onde cozinhamos, comemos e convivemos – e as possibilidades são ainda maiores num open space”.
Sendo a divisão mais popular e movimentada de qualquer casa, é uma excelente oportunidade para demonstrarmos o nosso gosto e personalidade através do design. Mas, para conseguir um open space harmonioso, é fundamental pensar nesta divisão como um todo, por isso o truque é integrar materiais e elementos decorativos nas duas áreas, para tornar o espaço coeso. Não há restrições, desde que tudo seja visualmente harmonioso. Segundo a Rita, “O uso dos materiais não precisa de ser limitado à cozinha, eles podem ser incorporados de forma inteligente na sala. Na decoração, repetir padrões e texturas semelhantes é outra forma de interligar os espaços subtilmente. A ideia é pensar no espaço como um só em termos de cores, texturas e materiais.”
Manter um esquema de cores coerente nos dois (ou três) espaços, é igualmente importante e cria uma continuidade visual agradável. Se a ideia de combinar diversas cores parece um desafio, ou se não querem arriscar demasiado, escolham apenas três cores que se harmonizam facilmente entre a cozinha e a sala. Desta forma, terão sempre uma paleta equilibrada em todo o espaço ☺️ E lembrem-se que o mais importante é certificarem-se que cada elemento vos representa!
O uso dos materiais não precisa de ser limitado à cozinha, eles podem ser incorporados de forma inteligente na sala. Na decoração, repetir padrões e texturas semelhantes é outra forma de interligar os espaços subtilmente. A ideia é pensar no espaço como um só em termos de cores, texturas e materiais
Selecionar a Iluminação Ideal
A iluminação desempenha um papel vital em qualquer espaço, mas numa cozinha aberta é ainda mais importante. Uma iluminação mais quente evita a sensação de uma cozinha industrial e permite manter os vários espaços interligados. O objetivo é tornar a cozinha uma extensão natural das áreas sociais, e um esquema de iluminação bem pensado poderá ajudar-vos a encontrar este equilíbrio.
É importante identificar as áreas que necessitam de iluminação mais intensa e funcional, e aquelas que irão beneficiar de uma iluminação mais suave. Por exemplo, a área da cozinha terá de incluir uma iluminação mais focalizada e funcional para conseguirmos cozinhar e preparar alimentos, enquanto as áreas de jantar e de estar beneficiarão de algumas opções de iluminação mais quentes e suaves, para relaxar e criar um ambiente íntimo e acolhedor. A chave está em adaptar a iluminação de acordo com as necessidades específicas de cada espaço!
Escolher o Pavimento para uma Transição Suave
A escolha do pavimento é crucial na criação de um open space – e pode ser uma das maiores preocupações, já que, por um lado, na zona da sala se procura conforto, e na cozinha quer-se manutenção e durabilidade.
Como a Rita destaca: “É muito importante uniformizar o pavimento para uma transição suave entre os espaços. A coesão visual é fundamental num espaço aberto, mas isso não implica esquecer a funcionalidade”.
Por isso, a nossa sugestão é optar por um pavimento flutuante vinílico, que oferece a estética da madeira com vantagens práticas, como resistência, sendo ideal para zonas húmidas e de tráfego intenso, e ainda de fácil aplicação.
Se, por outro lado, não for possível ter o mesmo pavimento em todo o espaço, escolher diferentes opções que se assemelham entre si, não é a melhor alternativa. Em vez disso, sugerimos que a transição entre as divisões seja cuidadosamente planeada e integrada, colocando um pavimento na cozinha e aproveitando espaços de transição para dar início ao segundo pavimento, seja através de uma ilha, ou entre as paredes semi-abertas ou portas.
É muito importante uniformizar o pavimento para uma transição suave entre os espaços. A coesão visual é fundamental num espaço aberto, mas isso não implica esquecer a funcionalidade
Construir uma Ilha: sim ou não?
A decisão de ter ou não uma ilha na cozinha não é apenas uma questão estética, mas também funcional. A ilha atua como um ponto de transição que não só aumenta e otimiza o espaço de trabalho, permitindo que a cozinha esteja voltada para dois lados, mas também facilita o convívio. É o local ideal para bancadas paralelas ou em L, permitindo que a arte de cozinhar se torne um ato mais social. Outro factor a considerar é a transição fluída entre os dois (ou três) espaços (sala, cozinha e sala de jantar) que a ilha permite. Para além disso, a ilha permite adicionar espaço de arrumação extra e até ‘encobrir’ a vista para o fogão, caso não o queiram ter à vista.
Mas existem outras hipóteses de layout que facilitam a transição fluída entre os dois espaços, como a integração de elementos divisórios entre as zonas, para criar algum tipo de privacidade para a zona de estar. Tudo isso é possível recorrendo a estantes, elementos verticais tipo screens, ou as populares portas fixas ou de correr.
Em suma, o que importa reter se estão a considerar um projeto de open space para as vossas casas?
👉 Ponderem se a solução se adequa às vossas necessidades, preferências e estilo de vida. Procuram uma dinâmica familiar mais interativa? São pessoas que gostam de receber amigos e conviver? Querem dar mais luminosidade e amplitude à vossa casa? Se responderam sim a pelo menos uma destas questões, então o open space pode ser uma ideia a explorar.
👉 Existem muitas formas de organizar o espaço para assegurar um open space harmonioso e funcional, mas cada casa é única, e não existe uma “receita-layout” universal que funcione para todas. Por isso, recomendamos que recorram a profissionais experientes e especializados neste tipo de transformações, para vos ajudar a encontrar a solução que melhor responde às vossas necessidades.
👉 Lembrem-se que, para alcançar todas as mais-valias de um open space, é extremamente importante planear o espaço como um todo. Coordenar materiais, cores e elementos decorativos, que se complementam e fluem entre as várias áreas, vai permitir-vos criar um open space mais harmonioso.
Respondemos a todas as vossas questões? Se ainda têm dúvidas sobre esta mudança, ou se já estão a sonhar com a vossa nova cozinha em open space, podem entrar em contacto connosco 😃
Imagem de capa: @meghan.eisenberg
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